terça-feira, 26 de outubro de 2010

Sobre os 60 anos da TV brasileira.


Televisão: o céu ou o inferno?

É verdade que a necessidade de expansão e de simplificar os caminhos fez com que o homem se empenhasse na produção de novas tecnologias que o auxiliasse, como o radio, o celular, o computador, o telefone e por fim a televisão. O advento dessas novas tecnologias mudaram drasticamente a visão e o modo de agir/pensar das pessoas com a simplicidade, rapidez e conforto que as mesmas trouxeram, resultando no estereotipo da atual sociedade. Contudo, todos esses benefícios advindos do surgimento desses meios de comunicação também acabaram se transformando em peças de alto poder de manipulação, gerando uma relação de vassalagem entre esses veículos e as industrias que os mantém.
Tomemos como base o surgimento da televisão. Quando ela foi criada, seu intuito era de “uma programação baseada no respeito ao telespectador e na ética social da época”. Ao passar das décadas, sua função foi mudando, ela começou a propagar ideologias, a convencer o publico de maneira indireta através de propagandas de que isso ou aquilo é melhor, voltando-se ela agora ao seu receptor e não mais ao seu referente. Com sua evolução, a intensidade dessa manipulação aumentou cada vez mais, tornando-a um “panis et circenses (pão e circo)” atual. Uma das provas da influencia que a “telinha” exerce sobre nós é, por exemplo, a introdução da religião na grade televisiva por meio de exibições de missas e cultos, ambos esquematizados em seus mínimos detalhes, e como um toque final, uma pitada de sensacionalismos para tornar a coisa mais bonita. A mensagem que é implicitamente passada é de que você não precisa ir à igreja, ela vai até você. Outra prova se dá após a ditadura militar no Brasil, onde uma única emissora de televisão praticamente convenceu a população a eleger um político completamente desconhecido para a presidência do país. Para um país que se diz orgulhoso com sua “democracia”, temos um histórico eleitoral até bom, permitindo que outros decidam por nós. Isso sim é exemplo de democracia.
Como podemos perceber, não percebemos que nossas escolhas muitas vezes se fazem em função da televisão e o resultado da influência que ela exerce se vê em nosso dia-a-dia, onde todos nós nos vemos cercados de programas sensacionalistas, programas de fofócas, programas pseudojornalistas, nos restando apenas o futebol de quarta à noite e de domingo à tarde. Infelizmente o conteúdo da televisão “aberta” é restrita a esse caráter, priorizando apenas um lado, o lado das grandes empresas e dos mercados que a alimentam, em troca da manutenção dos interesses de quem mantém a emissora no ar. Ainda sim, existe a esperança de que um dia essa relação mude com o surgimento de novos meios de comunicação, porém, com a vinda desses novos meios, surge também o fantasma de uma “nova televisão” mais poderosa, assim, nascendo uma nova geração de zumbis mais alienados.

César Augusto Ferreira


"Os anos vão ficando melhores com o passar dos vinhos"

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