quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Uma redação anorexica.

Nesse ultimo final de semana, fui realizar uma prova no cursinho onde estudo, afinal, irei prestar alguns vestibulares esse ano, e é sempre bom praticar. A prova tinha duração de cinco horas, onde nessas cinco horas eu teria que responder a 48 questões e fazer mais 3 redações, o que segue o modelo adotado pela Comvest (Comissão Permanente para os Vestibulares) na qual elabora o vestibular da UNICAMP.

Uma das redações da prova era sobre a tirania dos padrões de beleza femininos e a influência desses padrões no avanço da anorexia entre os adolescentes. Achei interessante publica-la aqui no blog após um pequeno aprofundamento em relação a texto original, visto que o novo texto também explora outras questões que não pensamos na correria do dia a dia. Tomara que os poucos leitores que visitam o blog gostem, rs


Segue o texto abaixo:

Os padrões de beleza femininos: um fator patológico?

Divulgação de desfiles de moda, propagandas de cosméticos, de roupas modernas, de medicamentos milagrosos que combatam as celulites ou as gorduras indesejáveis e por fim, a entrada de crianças e adolescentes nesse contexto, caracteriza a atual indústria da moda e os padrões de beleza femininos que ela propaga. Porém, ultimamente esses têm sido também aspectos da maior incidência dos problemas de saúde, principalmente relacionadas as mulheres, sobretudo a anorexia nervosa, um distúrbio alimentar resultado da preocupação exagerada com o peso corporal onde a pessoa se vê acima do peso, mas na verdade ela vê o seu próprio paradoxo.
Essa relação é visível com o aumento no numero de casos de anorexia nervosa e das fatalidades causadas em função dela como em imprevistos na mesa cirúrgica em operações nas clinicas estéticas. Os campeões de intervenções cirúrgicas são as lipoaspirações e as cirurgias plásticas e o perfil dessas vítimas é quase sempre mulheres jovens que submetem a derradeiras provações para atingir a “perfeição” do corpo, que em último caso apelam a clínicas especializadas para eliminar o suposto problema, resultando em um alto número de mortes que poderiam ser evitadas se as grandes empresas não realizassem uma lavagem cerebral nas mulheres.
 É simples, por trás desse quadro, são os interesses dos grandes empresários que estão em xeque, não importando a moral ou a ética, o que importa é o lucro. O atual padrão de beleza é um exemplo disso, onde para seguir carreira no ramo, a mulher deve atender a todos os requisitos esdrúxulos que são impostos, ou seja, a grosso modo participam de um processo de discriminação mesmo que seja de forma indireta. Raramente você vê alguma modelo negra desfilando nos considerados grandes eventos. Será mesmo só coincidência? Ainda sim o que é mais preocupante é a grande influencia exercida desses padrões sobre as crianças e adolescentes, nas quais tem sobre si o olhar de cobiça dos cartéis da moda, levando-as a ingressar cedo nesse mercado feroz, sem aproveitarem a infância e os estudos, amargurando-as, gerando verdadeiros robôs com o objetivo de enriquecer a indústria da moda, finalizando todo o ciclo que gera a anorexia.
A perspectiva de mudança desse quadro infelizmente é quase nula, já que não há incentivo para a mudança do mesmo de nenhuma parte das empresas, afinal “time que esta ganhando não se meche”. Os problemas de saúde, as fatalidades causadas pelo mesmo, as discriminações veladas, todos são frutos da indústria da moda e continuaram a existir. Talvez somente uma nova guerra mundial possa alterar isso, e se alterar, não será garantia que mude para melhor.

César Augusto Ferreira


"Os anos vão ficando melhores com o passar dos vinhos"

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Sobre os 60 anos da TV brasileira.


Televisão: o céu ou o inferno?

É verdade que a necessidade de expansão e de simplificar os caminhos fez com que o homem se empenhasse na produção de novas tecnologias que o auxiliasse, como o radio, o celular, o computador, o telefone e por fim a televisão. O advento dessas novas tecnologias mudaram drasticamente a visão e o modo de agir/pensar das pessoas com a simplicidade, rapidez e conforto que as mesmas trouxeram, resultando no estereotipo da atual sociedade. Contudo, todos esses benefícios advindos do surgimento desses meios de comunicação também acabaram se transformando em peças de alto poder de manipulação, gerando uma relação de vassalagem entre esses veículos e as industrias que os mantém.
Tomemos como base o surgimento da televisão. Quando ela foi criada, seu intuito era de “uma programação baseada no respeito ao telespectador e na ética social da época”. Ao passar das décadas, sua função foi mudando, ela começou a propagar ideologias, a convencer o publico de maneira indireta através de propagandas de que isso ou aquilo é melhor, voltando-se ela agora ao seu receptor e não mais ao seu referente. Com sua evolução, a intensidade dessa manipulação aumentou cada vez mais, tornando-a um “panis et circenses (pão e circo)” atual. Uma das provas da influencia que a “telinha” exerce sobre nós é, por exemplo, a introdução da religião na grade televisiva por meio de exibições de missas e cultos, ambos esquematizados em seus mínimos detalhes, e como um toque final, uma pitada de sensacionalismos para tornar a coisa mais bonita. A mensagem que é implicitamente passada é de que você não precisa ir à igreja, ela vai até você. Outra prova se dá após a ditadura militar no Brasil, onde uma única emissora de televisão praticamente convenceu a população a eleger um político completamente desconhecido para a presidência do país. Para um país que se diz orgulhoso com sua “democracia”, temos um histórico eleitoral até bom, permitindo que outros decidam por nós. Isso sim é exemplo de democracia.
Como podemos perceber, não percebemos que nossas escolhas muitas vezes se fazem em função da televisão e o resultado da influência que ela exerce se vê em nosso dia-a-dia, onde todos nós nos vemos cercados de programas sensacionalistas, programas de fofócas, programas pseudojornalistas, nos restando apenas o futebol de quarta à noite e de domingo à tarde. Infelizmente o conteúdo da televisão “aberta” é restrita a esse caráter, priorizando apenas um lado, o lado das grandes empresas e dos mercados que a alimentam, em troca da manutenção dos interesses de quem mantém a emissora no ar. Ainda sim, existe a esperança de que um dia essa relação mude com o surgimento de novos meios de comunicação, porém, com a vinda desses novos meios, surge também o fantasma de uma “nova televisão” mais poderosa, assim, nascendo uma nova geração de zumbis mais alienados.

César Augusto Ferreira


"Os anos vão ficando melhores com o passar dos vinhos"

Introdução ao blog.

Olá a todos, sejam bem-vindos ao meu blog e desde já agradeço a quem for ler as minhas postagens e se for o caso da leitura, quem quiser, sinta-se a vontade para debater sobre as reflexões que estarei publicando, darei liberdade para tal.

Bom, feitas as considerações iniciais, vamos ao assunto.

Criei este blog mais como um questionamento do que qualquer outra coisa, afinal o titulo dele é "Incógnita" e incógnita aqui não está no sentido matemático, mas sim no sentido do "que é desconhecido e se procura saber." (http://www.dicio.com.br/incognita/)
O que é desconhecido e se procura saber, no caso, será a marca das minhas reflexões, nas quais abordarão qualquer tipo de assunto, sobre a minha visão e opinião nas quais tentarei basear em uma ótica diferente a que estamos acostumados, mostrando o outro lado que muitos de nós não paramos para pensar.

Por agora, é só isso, boa leitura a todos.

Irei usar uma célebre frase que meu professor sempre usa, rs. "Abraços para os rapazes, beijos para as meninas, à tout à l'heure"